Fonte: Assessoria de Imprensa – ABRACOPEL
O incêndio de grandes proporções que consumiu um prédio de 10 andares no centro velho de São Paulo, na região da 25 de março, que passados quatro dias ainda não foi extinguido, coloca o dedo em uma ferida que sangra há décadas no Brasil e que parece não sensibilizar a sociedade, as instituições e muito menos os órgãos governamentais: as condições precárias das instalações elétricas neste país.
Infelizmente, somente quando acontecem tragédias de grandes proporções é que a imprensa busca saber o “porquê” destes “acidentes” acontecerem. A ABRACOPEL (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade) luta há mais de 17 anos para conscientizar população, profissionais, entidades e órgãos governamentais sobre os riscos que representam instalações elétricas negligenciadas e deixadas ao acaso. O número de incêndios, publicado anualmente em seu Anuário Estatístico – único do tipo no país – mostra que os incêndios originados a partir de sobrecargas e curtos-circuitos só aumentam.
Segundo Edson Martinho, diretor executivo da ABRACOPEL e especialista em segurança com eletricidade: “Quando uma instalação elétrica é exigida com muitos equipamentos, o fio aquece e um dispositivo de proteção (normalmente o disjuntor ou fusível) deve desligar a energia apontando que aquele circuito está em sobrecarga. Se o disjuntor for trocado por um de maior valor esta proteção acaba e o fio passa a aquecer mais até gerar um curto-circuito ou iniciar um incêndio, que se encontrar materiais combustíveis se alastra rapidamente. Muitas vezes se perdem vidas, principalmente de crianças e idosos pela dificuldade de locomoção”. O local de maior incidência dos incêndios por sobrecarga de energia são as residências, como apontado no Anuário ABRACOPEL, porém observem que o comércio é o segundo local em que os incêndios mais acontecem:
Ainda segundo Martinho: “As instalações elétricas devem ser revisadas, por profissional habilitado e atualizado, com base nas normas técnicas vigentes a cada 5 anos pelo menos”. Nesta revisão serão detectados problemas como o citado acima, através de sinais de aquecimento, sejam nos condutores, sejam nas conexões que, muitas vezes, são o ponto de aquecimento maior e onde se inicia o incêndio. No gráfico abaixo é evidente que a instalação elétrica interna é a principal tipologia de origem dos incêndios:
Em resumo, os pilares profissional qualificado e atualizado; produtos certificados ou de marcas conhecidas; instalações realizadas de acordo com as normas técnicas e manutenção realizada de forma adequada, garantem uma instalação elétrica minimamente segura e sem acidentes, tanto incêndios como choques elétricos que também matam muitos no Brasil.
