Alerta máximo, sirenes acionadas, feridos e morto: acumulado de chuva em Salvador é o triplo esperado para o mês

Por g1 BA e TV Bahia

Deslizamentos de terra, desabamentos e alagamentos: a chuva segue causando transtornos em Salvador nesta quarta-feira (27). Segundo a Defesa Civil (Codesal), o acumulado de água no mês ultrapassou 319 mm. O valor é praticamente o triplo do que era esperado para todo mês de novembro, em que a média histórica era de cerca 108 mm.

Este é o novembro mais chuvoso desde 1961, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Com o temporal, foram registrados deslizamentos de terra em encostas nos bairros periféricos vizinhos de Saramandaia e Pernambués. Até 12h45 desta quarta, havia registros de um morto e quatro feridos nestes deslizamentos.

Os bombeiros ainda não especificaram a área exata dos desmoronamentos, mas tratam-se de localidades próximas, na mesma região.

A vítima que morreu no deslizamento foi identificada apenas como Júnior e tem 23 anos. Ele estava sozinho dentro de casa quando o imóvel foi levado pela terra.

As quatro pessoas soterradas estavam em outro imóvel. Entre elas, está uma criança de seis anos que foi resgatada com vida por volta de 12h30. Ela foi entubada e levada para o Hospital do Subúrbio de helicóptero.

Uma segunda pessoa, uma mulher chamada Diane, que não teve a idade divulgada, também foi resgatada e levada para o Hospital Geral do Estado (HGE). Segundo o coordenador geral do Samu, Ivan Paiva, ela está consciente.

Segundo vizinhos, a terceira vítima é um adolescente de 14 anos, chamado Paulo. Por volta de 13h30, ele ainda não havia sido retirado do local, mas mantém contato com os bombeiros.

Segundo as informações apuradas pelos repórteres da TV Bahia no local, a quarta vítima é um jovem de 18 anos, que ainda não foi localizado.

⚠️ Ainda nesta quarta, por volta de 10h, o Inmet emitiu um alerta de perigo relacionado ao acumulado de chuvas para Salvador, Região Metropolitana, Feira de Santana e outras cidades próximas.

Como a chuva segue intensa, há risco de desabamentos e deslizamentos de terra em diversos pontos da cidade. Por causa disso, as sirenes de 14 localidades foram acionadas entre terça e esta quarta:

• Mamede, Alto da Terezinha
• Bom Juá
• Irmã Dulce, Cajazeiras 7
• Mangabeira I, Cajazeiras 8
• Mangabeira II, Cajazeiras 8
• Calabetão
• Vila Picasso, São Caetano
• Creche, Castelo Branco
• Moscou, Castelo Branco
• Vila Sabiá, Liberdade
• Voluntários da Pátria, Lobato
• Baixa do Cacau, São Caetano
• Bosque Real, Sete de Abril
• Olaria

Quando as sirenes são acionadas, a orientação é que moradores deixem as suas casas e procurem um local seguro.

Também na manhã desta quarta, uma árvore caiu na região de Ondina e atingiu uma academia. O local estava em funcionamento no momento do acidente, mas ninguém ficou ferido. Além disso, pontos de alagamento estão sendo registrados em várias localidades da cidade.

Na noite de terça-feira (26), um casarão desabou na Avenida JJ Seabra, na Baixa dos Sapateiros. O local estava vazio e ninguém ficou ferido. 

Ainda na noite de terça-feira, um deslizamento de terra deixou uma idosa presa dentro de casa. Ela precisou ser resgatada pelos bombeiros e foi atendida por uma equipe médica. Não há informações sobre o estado de saúde dela.

Transportes suspensos

As travessias Salvador – Mar Grande e Salvador – Morro de São Paulo estão suspensas desde segunda-feira (25). Quem precisa acessar a Ilha de Itaparica pode usar o ferry-boat, que segue em funcionamento.

Todos os ascensores da cidade estão com funcionamento suspenso: Plano Inclinado Gonçalves, Plano Inclinado Pilar, Plano Inclinado Liberdade – Calçada e o Elevador do Taboão. A informação foi confirmada pela Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob).

A Linha B3 do BRT Salvador está com a circulação suspensa devido o alagamento entre a Rua Marcos Freire e o Caminho das Árvores.

Desabamento Baixa dos Sapateiros

O casarão desabou parcialmente, por volta das 20h10 de terça-feira. Desde então, um trecho da Avenida José Joaquim Seabra está interditado e o fornecimento de energia elétrica está interrompido na região. Segundo o Corpo de Bombeiros, há riscos de novos desabamentos na região.

O prédio de três pavimentos era comercial, mas estava vazio. Há cerca de um mês, uma loja que funcionava no térreo foi fechada.

Nesta quarta, ainda é preciso fazer o escoramento da estrutura remanescente e a limpeza dos escombros, que ficaram espalhados pela pista. Apesar disso, os bombeiros estão impossibilitados de trabalhar devido as fortes chuvas.

Os ônibus que passam pelo local estão indo apenas até a Aquidabã.