Fonte: Sobrasa
Neste dia 09, sexta-feira, Palmas será a capital brasileira das discussões sobre afogamentos, com a realização do 2º Simpósio Nacional, reunindo as maiores autoridades no assunto. A autoria do evento é do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Tocantins, por meio da Defesa Civil Estadual, e da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA).
O Simpósio terá palestras e oficinas com temáticas relacionadas aos afogamentos, trazendo resultados de estudos, de pesquisas, estatísticas, além das experiências e as técnicas que visam reverter os índices de mortes no Tocantins e em outras regiões do Brasil.
Ao argumentar a realização do Simpósio, o coronel Reginaldo Leandro da Silva, comandante geral do CBMTO, pontuou que “o Tocantins é um dos estados com maior número de balneários do país, e por isso temos um olhar voltado para os turistas, banhistas e população que frequentam, esses espaços”.
“O Simpósio é de extrema importância para levar a esse público a responsabilidade e o sentimento que cada um deve ter com esse meio aquático. Vale para os tocantinenses e também para os demais brasileiros em todos os estados”, destacou o coronel.
No Tocantins, o major Antônio Luiz Soares da Silva, gerente de Monitoramento da Defesa Civil Estadual, é o representante da SOBRASA, e também é detentor dos estudos relacionados aos afogamentos no estado. Soares será um dos oficineiros no Simpósio e vai detalhar a implantação do Projeto Município Mais Resiliente, uma das estratégias que visam reverter os afogamentos, tendo como armas a informação para os turistas e a formação para agentes ligados às Defesas Civis Estaduais e Municipais, às secretarias e agências municipais de turismo, bem como àqueles ligados aos Corpos de Bombeiros Militar de todo o país.
São os altos índices de afogamentos nas mais de 83 praias oficiais e uma infinidade de balneários tocantinenses, que despertaram as autoridades para a realização do Simpósio. Ano passado foram 73 mortes registrados e neste ano os números já somam 36 vítimas.
Com essa ideia, o CBMTO vai implantar um projeto inédito no Brasil, que é a formação do Agente Municipal de Prevenção aos Afogamentos.
O agente fará a visitação nas praias e balneários do seu município, identificará os riscos de afogamento e fará uma proposta de intervenção, como a disponibilização de guarda-vidas, alocação de placas com orientações, demarcação, com boias, das áreas de banho e área para embarcação, panfletos e até a divulgação de um spot de áudio. “Tudo isso no sentido de reduzir os riscos de afogamento”, pontua Soares.
Estatística feita pelo major Soares, a partir de dados relacionados às causas dos afogamentos no Tocantins, também subsidiaram a implantação do projeto, a exemplo de crianças desassistidas em ambiente aquático, usuários de embarcação que não utilizam coletes, pessoas que se aventuram em travessias ou saltos de locais elevados, pessoas alcoolizadas que saem para nadar, locais profundos próximos da margem, correntezas fortes, entre outros.
E a figura do Agente Municipal é a forma encontrada para a garantia de mais segurança nos pontos de lazer, que tem as praias de água doce, no Tocantins, um dos pontos altos da temporada de férias.
Contudo, apesar de a maioria estar interditada por causa da pandemia, ainda assim o curso será realizado.
Até mesmo professores e alunos do ensino médio e fundamental são outros grupos focos do Simpósio. Para eles haverá oficina de teatro, ofertando informação sobre formas de proteção nos locais de banho, reforçando e difundindo as informações sobre prevenção a afogamentos. Tudo para que as férias sejam seguras e conscientes.
Remota
Toda a programação do Simpósio será transmitida pelo canal do Corpo de Bombeiros Militar junto ao Youtube.
E para se inscrever, os interessados devem entrar no site do Corpo de Bombeiros Militar e preencher a ficha.
Os palestrantes que estão vindo de outros estados são muito experientes, com vários artigos científicos, participações em congressos, simpósios e palestras em várias partes do mundo.
“Além disso, tem o estudo específico de um deles, que foca a bacia hidrográfica do entorno do lago da Usina Hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães, e isso vai acrescentar muito nos nossos estudos, pois já temos o perfil do Tocantins sobre afogamentos”, acrescentou Soares.
“A vida é o bem maior e tem também a questão financeira. Os custos do governo do Estado com as mortes por afogamento chegam a R$ 14 milhões por ano. Tem todos esses aspectos e no fundo queremos melhorar o padrão de segurança, de informação e consciência dos turistas e daqueles que estão ligados à oferta dos serviços”, afirmou o major.
“O que estamos realizando é algo muito grande, não só para o Tocantins, mas também para o Brasil inteiro”, concluiu.