quinta-feira, 26 de junho de 2025

SIDNEI FURTADO FERNANDES – Coordenador da Defesa Civil de Campinas fala sobre o papel do órgão na preparação e redução de desastres

Com mais de 30 anos de experiência no setor, Sidnei Furtado Fernandes foi responsável pela implantação da Defesa Civil em Campinas, importante cidade do interior paulista. O trabalho teve início há 20 anos, quando mal se ouvia falar no órgão no país. Hoje, a região administrativa sediada pelo município – formada por um total de 90 cidades – conta com uma integração maior no monitoramento de risco e desastres, além da assistência de uma Regional própria, vinculada à CEDEC-SP (Coordenadoria Estadual de Defesa Civil).

Nesta entrevista concedida à Emergência, Sidnei conta um pouco da história do órgão em Campinas, que se confunde com sua própria carreira, passando por desafios e pelo convencimento de autoridades públicas a respeito da importância da Defesa Civil – não apenas na resposta a desastres, mas na prevenção de ocorrências e conscientização da população local. Ele destaca o papel dos gestores, tanto do prefeito quanto do coordenador da Defesa Civil, como ponto decisivo nas atividades rotineiras e no enfrentamento de grandes ocorrências, passando pela legislação do setor.

Para Sidnei, a resiliência é o futuro da Defesa Civil, uma vez que traz maior capacidade de prevenção e preparação para emergências aos municípios. Neste propósito, ele comenta ações da Campanha Construindo Cidades Resilientes, criada pela ONU (Organização das Nações Unidas), da qual é promotor no Brasil.

O senhor atua na Defesa Civil desde 1983. Como surgiu o interesse numa área que, até então, era pouco difundida no país?

Na época, era algo inexistente, principalmente no Estado de São Paulo. Fomos trabalhar com a Defesa Civil Regional de Campinas. Na época, em 1983, a cidade não tinha nenhuma coordenadoria, nenhuma comissão de Defesa Civil. Nós tivemos que montar um núcleo comunitário de Defesa Civil, no sentido de sensibilizar a prefeitura de que o órgão era importante. Isto aconteceu até 1990. Então, sei muito bem o quanto é difícil envolver a Administração Pública, que na época não tinha interesse em ações de prevenção ao desastre. Nos anos 1990, Campinas passou pela chamada “Chuva do Século”, que deixou 2.000 desabrigados, e o único organismo que existia neste campo era um núcleo comunitário de Defesa Civil, dentro de uma comunidade bastante carente. Ficou caracterizada a falta de preparo da municipalidade no sentido de enfrentar uma situação adversa. O núcleo comunitário era voluntário. Envolvia em torno de 25 moradores de uma comunidade, onde constantemente eram desenvolvidas ações de simulação, cursos de preparação ministrados por bombeiros, mas a Administração Pública simplesmente ignorava nossas atividades.



ENTREVISTA À JORNALISTA
Priscilla Nery


FOTO
Valdir Lopes


Confira a entrevista completa na edição 63 da Revista Emergência

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