
A explosão da plataforma Deepwater Horizon que provocou a morte de 11 trabalhadores no maior desastre ecológico da história dos Estados Unidos poderia ter sido evitada, de acordo com a Comissão Nacional encarregada de analisar o vazamento de óleo da plataforma offshore Deepwater Horizon da BP.
No dia 11 de janeiro, a Comissão independente e o grupo apartidário criados pelo presidente norte-americano Barack Obama, no mês de maio de 2010, emitiram um relatório a respeito do desastre ocorrido ao largo da costa do Estado da Louisiana, no dia 20 de abril do mesmo ano. Com quase 400 páginas, o relatório não atribui uma causa concreta à explosão. Ao invés disto, aponta uma série de erros produzidos tanto pelas companhias envolvidas, como por todo o segmento da indústria petrolífera offshore e pelo governo.
“Este desastre não teria ocorrido se as companhias tivessem se comprometido com o mote Segurança em Primeiro Lugar”, disse à imprensa o relator da Comissão e senador da República Bob Graham. “Também isto não teria ocorrido se as agências reguladoras do governo tivessem a competência, a capacidade e a vontade de exigir os standards internacionais de segurança.”
Enganos
As três empresas envolvidas nas operações offshore – BP (arrendatário da plataforma de perfuração), Halliburton (contratada para cimentar o poço) e Transocean (proprietária da plataforma de perfuração) – cometeram uma série de enganos que culminaram com a explosão, de acordo com a Comissão. Entre eles, os riscos presentes no desenho do poço e nos procedimentos não foram adequadamente identificados ou descritos e o cimento utilizado para selar a base do poço não havia sido testado adequadamente. Outro engano é que os aprendizados com erros similares ocorridos em outras plataformas não foram comunicados à tripulação da plataforma Deepwater Horizon, além disto, as empresas não estabeleceram um sistema de comunicação adequado entre elas e não prestaram a devida atenção aos sinais de explosão iminente. O último engano foi relativo aos testes para identificar problemas nas rotinas operacionais, que foram mal interpretados e julgados incorretamente em relação a garantir resultados bem-sucedidos.
* Esta é uma tradução do artigo original Blame to go Around, de autoria de Kyle W. Morrison, publicado, originalmente na Revista Safety & Health, do National Safety Council, em março de 2011. A tradução é de Randal Fonseca, editor/tradutor dos livros do National Safety Council no Brasil. Este artigo não tem fins comerciais. Foi reproduzido com finalidade e propósito exclusivamente educacional.
Confira o artigo na íntegra na Edição 27 da Revista Emergência.
Foto: Tom Atkeson/U.S. Coast Guard