segunda-feira, 16 de junho de 2025

Estudo revela o despreparo de escolas para situações de emergência

Data: 08/12/2011 / Fonte: Revista Emergência

A cultura de segurança da socieda­de é muito limitada, por isso a população não possui o mínimo de conhecimento sobre os meios de proteção, de como utilizar um equipamento de proteção contra incêndios e quais são as medidas que devem ser tomadas nes­sa situação. Um item muito importante é como informar/educar os usuários de escolas, principalmente os alunos, num curto período de tempo.

Recomenda-se que se utilizem figuras e placas ilustrativas, pois tornam a compreensão mais simples e rápida, tomando menos tempo do leitor. Essas informações devem ser instaladas nas salas de aula e lugares de fácil localização e per­manência de pessoas e devem conter instruções do que se deve fazer em ca­so de incêndio, o que fazer caso ouvir o alarme de incêndio, planta baixa do pa­vimento, bloco ou área onde fica o am­biente, localização das rotas de fuga e saídas de emergência.

Quando as escolas são projetadas, mui­tos elementos importantes são deixados de lado, como os parâmetros di­men­sionais mínimos recomendados pe­las normas, a acessibilidade dos portado­res de deficiência física e, principalmente, a segurança contra incêndio. Atualmente, além da preocupação com a segurança, existe também o fator econômico, pois a prevenção poderá se transformar em economia se considerarmos os gastos para a reconstrução das escolas ou indenizações por morte, injúrias e/ou danos de seus ocupantes (funcionários, professores e alunos) decorrentes de um incêndio.

Nos países desenvolvidos, a segurança em escolas é levada a sério, o que não acontece em muitos países subdesenvolvidos, inclusive o Brasil que, apesar de pos­suir norma, esta não é aplicada e exi­gida. Com isso, a elaboração e implanta­ção de um plano de manutenção e de emergência são fundamentais.

Os incêndios e explosões, ainda que re­presentem uma porcentagem baixa no con­junto de acidentes com lesões, ­geram grandes perdas econômicas. Suas c­ausas são as mais diversas: curto-circuito, descarga atmosférica, sobrecarga nas insta­lações elétricas, falhas humanas (por im­perícia, imprudência ou negligência) e falta de manutenção nas instalações.

Planos

O objetivo dos planos de ­manutenção e de emergência é avaliar, sensibilizar, or­ganizar os meios humanos e físicos e dar subsídios para a melhoria das condi­ções de segurança das escolas, com ênfase em um caráter prevencionista e não protecionista, pois a proteção de incêndios visa à implantação de sistemas de combate ao fogo, e se eles falharem as consequências poderão ser catastróficas.

Um plano de manutenção e emergência pode definir-se como a sistematização de um conjunto de normas e regras de procedimento destinadas a evitar ou minimizar os efeitos de um incêndio que possa vir a ocorrer em determinadas áreas, conduzindo, de uma forma otimizada, os recursos disponíveis.

Assim, os planos de manutenção e de emergência constituem um ­instrumento simultaneamente preventivo e de gestão operacional, uma vez que, ao identificar os riscos, estabelece os meios para ­fazer face ao acidente e, quando definida a composição das equipes de intervenção, lhes atribui responsabilidades. Devem ser vistos como um processo ininterrupto e mantidos em constante modernização.

Estudo

Em um estudo de caso, realizado em dez escolas, avaliaram-se as condições fí­sicas dos meios de proteção, por meio de inspeções visuais, o conhecimento dos usuários em caso de um incêndio no estabelecimento e elaborado um questionário com as seguintes perguntas: sabe o que é um plano de emergên­cia em caso de um incêndio?; sabe o que fazer no caso de um incêndio na es­cola?; sabe como utilizar um equi­pa­men­to de incêndio?; você acha que a escola está preparada/equipada para o caso de um in­cêndio?; você tem noções de primeiros socorros?; e, geralmente, vo­cê se man­tém calmo em situações de perigo?

No Gráfico 1, pode-se observar o resultado das respostas. Depois de sintetizadas as respostas dos usuários, obtiveram-se os seguintes resultados: 10% sa­bem o que é um plano de emergência; 70% não sabem o que fazer no caso de um incêndio; 80% não sabem como utilizar um equipamento de proteção contra incêndio; 100% acham que a es­cola não está equipada/preparada para o caso de um incêndio; 50% dizem ter no­ções de primeiros socorros, sendo que, destes, 90% atribuem este fato à re­novação da Carteira Nacional de Habilitação; e 70% responderam que se mantêm calmos em situações de perigo.

Cesare Lopes

Leia o artigo completo na edição de dezembro da Revista Emergência

Ilustração: Beto Soares/Estúdio Boom

Artigos relacionados

1 COMENTÁRIO

  1. Muito pertinente a matéria pois eu como técnica em segurança do trabalho, a um tempo observo esta área tão esquecida que são as escolas. Não só o despreparo em relação a incêndios mas em várias outras áreas como primeiros socorros em caso de acidentes.
    Como agir no caso de uma criança ou funcionário sentir mal, engasgar-se, quedas etc…
    As escolas precisam passar por uma total modernização em relação a segurança. Enquanto que em vários países isso já existe como rotina aqui ainda estamos engatinhando. Afinal não adianto um extintor de incêndio se ninguém sabe usar.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui