Edição 154 – Nov/24 / Jan/25
Pesquisa revela proposta de um modelo alternativo para assegurar o crescimento institucional do CBMGO no estado
Os corpos de bombeiros militares têm sua importância social validada pela aceitação popular, sendo vista como a instituição pública mais confiável para a população brasileira, segundo a IPEC 2023, pois desempenha papel crucial na segurança e bem-estar da sociedade. Sua presença é fundamental para a prevenção, proteção e assistência nas mais diversas situações de emergência.
Não é incomum a comparação dos bombeiros militares à figura de heróis, visto que pressupõe estarem sempre prontos para agir em situações de urgência e emergência, salvando vidas e protegendo o patrimônio, seja qual for o cenário de adversidade e riscos. Assim, a atuação dos Corpos de Bombeiros Militares é fundamental para a segurança e tranquilidade da população.
Sob outra perspectiva, a presença da corporação de bombeiros contribui para o desenvolvimento local, ao passo que a implantação ou crescimento empresarial no mundo está atrelado às condições de segurança como fator primordial para abertura de novas frentes de serviços e atendimentos, seja pelo custo de seguros, que é minimizado significativamente com a presença dos bombeiros, seja pela estabilidade para as atividades.
Os corpos de bombeiros militares no Brasil constituem corporações estaduais, que possuem diretrizes e bases de organização definidas na Constituição Federal e legislação especial federal, mas detêm autonomia quanto à gestão, que fica a cargo de cada ente da federação. Não obstante, os Corpos de Bombeiros Militares do país apresentam desafio institucional comum: a necessidade de elevar a presença da corporação em seus respectivos territórios, com vistas a proporcionar melhor atendimento das demandas sociais. Não diferente desse cenário, que expõe a necessidade de expansão institucional, o CBMGO (Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás) está operacionalmente presente, com unidade militar estabelecida, em apenas 46 municípios dos 246 existentes em todo o estado.
O panorama atual em Goiás revela que o CBMGO possui 67 postos de atendimentos operacionais, assegurando o atendimento de 5,3 milhões de goianos, o que representa cerca de 74% da população do estado. A perspectiva almejada é elevar o poder de alcance da corporação em relação à população ainda desassistida pelo Corpo de Bombeiros Militar.
Ao reconhecer a relevância dos atendimentos inerentes ao corpo de bombeiros militar, que possui atuação diretamente voltada ao salvamento de vidas, à restauração da normalidade em sinistros e desastres em geral, o encurtamento de distâncias e o pronto atendimento são condições elementares para êxito do mister do CBMGO.
Diante disto, a história da corporação revela o avanço progressivo no estabelecimento de unidades militares ao longo do território goiano, todavia, esse processo se deu de forma irregular, pois foi sempre marcado pelas limitações econômicas do Estado, que retardaram e prejudicaram a expansão institucional.
De maneira audaciosa, a atual gestão estabeleceu como projeto prioritário do CBMGO a capilaridade, tendo como escopo a implantação de 54 novas unidades operacionais, especialmente no interior do estado de Goiás, denominando-as de Postos Avançados, passando a adotar modelo norte-americano de disposição físico-estrutural, com recursos mais enxutos e com foco prioritariamente às respostas operacionais.
Toda essa dinâmica institucional encontra-se alicerçada sob a ótica do Plano Estratégico da Corporação de 2023, que norteia as ações institucionais para o período de 2022 a 2031, que dentre outros objetivos estratégicos, tem como linha de ação: “expandir e aprimorar os serviços da corporação de forma sustentável e inteligente”.
É importante observar que todo esforço institucional, apoio governamental e sinergia corporativa permitiram a obtenção de importantes resultados, como a entrega do 1º Posto Avançado e a prospecção de entrega de quase dez novas unidades em 2023, além da regularização de áreas públicas, destinando-as em definitivo para a corporação.
Por outro lado, as restrições de ordem orçamentárias e financeiras impostas ao Estado, principalmente em virtude do Regime de Recuperação Fiscal pactuado com o Governo Federal, vem comprometendo o cumprimento do planejamento do projeto, impactando diretamente no cumprimento dos prazos e colocando em risco o êxito do projeto e as metas como um todo.
Autores:
Luciano de Lion Mendes Pimentel – capitão do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, Bacharel em Direito e especialista em Direito Militar e Gerenciamento de Segurança Pública
cbmgo.mendes@gmail.com
Licurgo Borges Winck – capitão do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, Mestre e Doutor em Ciências Mecânicas e especialista em Mergulho Autônomo
licurgo2006@gmail.com
Confira o artigo completo na edição de nov/24 / jan/25 da Revista Emergência.