sexta-feira, 13 de junho de 2025

Considerações sobre a aplicação da Tabela de Monte Alegre – Parte 2

Como visto na publicação anterior, para calcular o Índice de Monte Alegre (FMA), você precisa de dois dados meteorológicos: a umidade relativa do ar às 13:00 horas e a precipitação acumulada nas últimas 24 horas. A fórmula é a seguinte:

FMA hoje = FMA ontem * f * 100 / (UR hoje)

Sendo:

FMA hoje = índice a ser calculado para hoje;

FMA ontem = índice calculado no dia anterior;

f = fator de correção do valor acumulado, determinado de acordo com a precipitação ocorrida nas últimas 24 horas;

UR hoje = umidade relativa do dia atual.

As variáveis meteorológicas (a umidade relativa do ar e a precipitação são medidas sempre às 13 horas). O valor “f” é determinado de acordo com a precipitação do dia, conforme tabela abaixo.

Nessa postagem iremos abordar a metodologia para fazermos o cálculo diário dos valores de FMA.


FMA ontem  = 0, porque é o primeiro cálculo da série (não existem cálculos anteriores). Uma vez adotado um índice para uma região esse valor será sempre aquele do dia anterior.

f = 1, porque não houve precipitação no período compreendido entre a tomada de dados meteorológicos do dia anterior e a do dia atual (veja quadro de modificação).


FMA 1 = 1,9

f = 1, Igual ao dia 1.


FMA 3 = 0, porque choveu 20 mm (quantidade > 12,9 mm conforme quadro de modificação). Ou seja, chovendo quantidade acima de 12,9 mm, assume-se que não há risco de ocorrência de incêndio, e o valor de FMA é, portanto, zero.

FMA 3 = 0


FMA 3 = 0


FMA 4 = 2,0

F = 1, idem ao primeiro dia


FMA 5 = 4,2

f = 0,7, porque choveu 2,8 mm (quantidade entre 2,5 e 4,9 mm, conforme quadro de modificação).


FMA 6 = 5,2

f = 1, igual ao primeiro dia.

Espero poder ter ajudado vocês a entenderem um pouco mais a Fórmula de Monte Alegre (FMA) e suas variáveis, já que ele é uma ferramenta crucial para estimar o grau de perigo de incêndios florestais. Sua importância para a Prevenção de Incêndios Florestais esta relacionada com as seguintes condicionantes:

  • Monitoramento Contínuo: A FMA permite o monitoramento contínuo das condições climáticas, ajudando a prever períodos de maior risco de incêndio.
  • Tomada de Decisão: Com base nos níveis de risco calculados, autoridades responsáveis pelo manejo, prevenção e controle de incêndios, podem tomar decisões informadas mais assertivas sobre medidas preventivas, como restrições de queimadas e mobilização de recursos bem como direcionamento de recursos humanos e materiais para áreas mais críticas.
  • Alertas e Comunicação: A fórmula ajuda na emissão de alertas para a população e equipes de combate a incêndios, aumentando o estado de prontidão e a resposta rápida, não esquecendo a possível necessidade de evacuação de áreas.
  • Planejamento e Gestão: Facilita ainda o planejamento de ações de prevenção e controle, minimizando danos ambientais e impactos econômicos.

Como foi exposto, reata claro que a aplicação da FMA é essencial para proteger áreas florestais e garantir a segurança das comunidades próximas bem como a preservação ambiental e a proteção dos ativos.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

– BATISTA, A. C. Incêndios Florestais. Recife: Imprensa Universitária da UFRPE, 1990. 115 p.
– GAYLOR, H. P. Wildfires: prevention and control. Bowie: R. J. Brady, 1974. 319 p.
– SOARES, R. V. Índice de perigo de incêndio. Curitiba, v.3, n.3, p.19–40, 1972a.
– SOARES, R. V. Desempenho da “Fórmula de Monte Alegre”: índice brasileiro de perigo de incêndios florestais. Cerne, Lavras, v.4, n.1, p.87–99, 1998.
– VIANA, Ronaldo Soares, BATISTA, Antonio Carlos e NUNES, José Renato Soares, Manual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, Gráfica AJIR – 2ª Edição. Curitiba -2008.

O blog Emergência em Pauta trata do gerenciamento de emergências e segurança contra Incêndio e Pânico. O autor do blog é Marco Aurélio Nunes da Rocha, técnico em Segurança e em Química. Emergency Medical Technician (EMT-B). Graduado em Química e em Segurança, Licenciado em Biologia e em Pedagogia. Mestre em Prevenção de Riscos. Pós-Graduado em Gerenciamento de Crises, Emergências e Desastres, em Segurança e Higiene Ocupacional, em Toxicologia Geral e em Segurança contra Incêndio e Pânico. Especialista em Psicopedagogia e em Urgência e Emergência Pré-hospitalar. Professor de cursos de Pós-Graduação de Engenharia de Segurança, Medicina do Trabalho, Enfermagem do Trabalho e em Urgências e Emergências, Engenharia de Prevenção e Combate a Incêndios, Defesa Civil, Gestão de Crises, Emergências e Desastres e APH Tático Militar e nos MBAs Executivos de Gerenciamento de Crises e de Safety e Security. Diretor do SINDITEST/RS.
rochasafety@yahoo.com.br

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