
A cultura de segurança da sociedade é muito limitada, por isso a população não possui o mínimo de conhecimento sobre os meios de proteção, de como utilizar um equipamento de proteção contra incêndios e quais são as medidas que devem ser tomadas nessa situação. Um item muito importante é como informar/educar os usuários de escolas, principalmente os alunos, num curto período de tempo.
Recomenda-se que se utilizem figuras e placas ilustrativas, pois tornam a compreensão mais simples e rápida, tomando menos tempo do leitor. Essas informações devem ser instaladas nas salas de aula e lugares de fácil localização e permanência de pessoas e devem conter instruções do que se deve fazer em caso de incêndio, o que fazer caso ouvir o alarme de incêndio, planta baixa do pavimento, bloco ou área onde fica o ambiente, localização das rotas de fuga e saídas de emergência.
Quando as escolas são projetadas, muitos elementos importantes são deixados de lado, como os parâmetros dimensionais mínimos recomendados pelas normas, a acessibilidade dos portadores de deficiência física e, principalmente, a segurança contra incêndio. Atualmente, além da preocupação com a segurança, existe também o fator econômico, pois a prevenção poderá se transformar em economia se considerarmos os gastos para a reconstrução das escolas ou indenizações por morte, injúrias e/ou danos de seus ocupantes (funcionários, professores e alunos) decorrentes de um incêndio.
Nos países desenvolvidos, a segurança em escolas é levada a sério, o que não acontece em muitos países subdesenvolvidos, inclusive o Brasil que, apesar de possuir norma, esta não é aplicada e exigida. Com isso, a elaboração e implantação de um plano de manutenção e de emergência são fundamentais.
Os incêndios e explosões, ainda que representem uma porcentagem baixa no conjunto de acidentes com lesões, geram grandes perdas econômicas. Suas causas são as mais diversas: curto-circuito, descarga atmosférica, sobrecarga nas instalações elétricas, falhas humanas (por imperícia, imprudência ou negligência) e falta de manutenção nas instalações.
Planos
O objetivo dos planos de manutenção e de emergência é avaliar, sensibilizar, organizar os meios humanos e físicos e dar subsídios para a melhoria das condições de segurança das escolas, com ênfase em um caráter prevencionista e não protecionista, pois a proteção de incêndios visa à implantação de sistemas de combate ao fogo, e se eles falharem as consequências poderão ser catastróficas.
Um plano de manutenção e emergência pode definir-se como a sistematização de um conjunto de normas e regras de procedimento destinadas a evitar ou minimizar os efeitos de um incêndio que possa vir a ocorrer em determinadas áreas, conduzindo, de uma forma otimizada, os recursos disponíveis.
Assim, os planos de manutenção e de emergência constituem um instrumento simultaneamente preventivo e de gestão operacional, uma vez que, ao identificar os riscos, estabelece os meios para fazer face ao acidente e, quando definida a composição das equipes de intervenção, lhes atribui responsabilidades. Devem ser vistos como um processo ininterrupto e mantidos em constante modernização.
Estudo
Em um estudo de caso, realizado em dez escolas, avaliaram-se as condições físicas dos meios de proteção, por meio de inspeções visuais, o conhecimento dos usuários em caso de um incêndio no estabelecimento e elaborado um questionário com as seguintes perguntas: sabe o que é um plano de emergência em caso de um incêndio?; sabe o que fazer no caso de um incêndio na escola?; sabe como utilizar um equipamento de incêndio?; você acha que a escola está preparada/equipada para o caso de um incêndio?; você tem noções de primeiros socorros?; e, geralmente, você se mantém calmo em situações de perigo?
No Gráfico 1, pode-se observar o resultado das respostas. Depois de sintetizadas as respostas dos usuários, obtiveram-se os seguintes resultados: 10% sabem o que é um plano de emergência; 70% não sabem o que fazer no caso de um incêndio; 80% não sabem como utilizar um equipamento de proteção contra incêndio; 100% acham que a escola não está equipada/preparada para o caso de um incêndio; 50% dizem ter noções de primeiros socorros, sendo que, destes, 90% atribuem este fato à renovação da Carteira Nacional de Habilitação; e 70% responderam que se mantêm calmos em situações de perigo.
Cesare Lopes
Leia o artigo completo na edição de dezembro da Revista Emergência
Ilustração: Beto Soares/Estúdio Boom
Muito pertinente a matéria pois eu como técnica em segurança do trabalho, a um tempo observo esta área tão esquecida que são as escolas. Não só o despreparo em relação a incêndios mas em várias outras áreas como primeiros socorros em caso de acidentes.
Como agir no caso de uma criança ou funcionário sentir mal, engasgar-se, quedas etc…
As escolas precisam passar por uma total modernização em relação a segurança. Enquanto que em vários países isso já existe como rotina aqui ainda estamos engatinhando. Afinal não adianto um extintor de incêndio se ninguém sabe usar.