quarta-feira, 18 de junho de 2025

Chuvas no RJ causam a maior tragédia natural do Brasil

Data: 19/01/2011 / Fonte: Redação Revista Emergência

Foto: Adalberto Marques/Integração Nacional

Atualizada dia 25 de janeiro



Rio de Janeiro – Esta temporada de chuvas trouxe tragédia para a região Sudeste brasileira. Os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro foram os mais atingidos, mas foram as fortes chuvas que atingiram a região serrana do Rio, na primeira quinzena do mês de janeiro, que fizeram desta a maior tragédia natural brasileira.

As cidades mais atingidas são: Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto. Essas cidades ficaram sem água, luz, nem telefone. Muitos bairros ficaram isolados em função das estradas interditadas e pontes caídas.

A dificuldade de acesso é só mais um dos agravantes que complicam os resgates, pois os bombeiros e voluntários tiveram que lidar também com a chuva e o constante perigo de novos deslizamentos. Durante uma operação de salvamento três bombeiros morreram soterrados no dia 12. Os soldados Victor Lembo, Fávio Freitas e Marcos Antônio Verly estavam envolvidos no resgate de um bebê de seis meses quando foram surpreendidos por um novo desabamento.

Estão envolvidos nos resgates: Bombeiros, Policiais, militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica e muitos civis que atuam como voluntários.  Segundo o G1, o governo disponibilizou ao Rio de Janeiro 12 helicópteros, 74 viaturas, duas retroescavadeiras, um hospital de campanha, três ambulâncias, uma viatura “Munk”, um caminhão basculante, duas pás-carregadeiras, um gerador e uma torre de iluminação.

Vários resgates complicados foram realizados no Rio de Janeiro durante esses dias de busca, mas um dos mais impressionantes é o de Marcelo Pinheiro Fonseca, que foi chamado de “milagroso”. Marcelo passou 16 horas soterrado sob quatro metros de terra. Segundo reportagem do Fantástico, as escavações começaram após um barulho ser ouvido nos escombros. “A gente percebeu que ele estava no corredor. Então, ele tinha uma corrente de ar. No entanto, estava caindo escombro a todo momento. O nosso medo de tirar ele rápido era de ter esse suprimento de ar interrompido.Então, cavamos um buraco por trás e furamos uma parede que deu uma ventilação melhor. Procuramos um suporte melhor para dar vida a ele, para dar continuidade, para depois a gente retirá-lo”, conta o tenente Nascimento, da Defesa Civil de Teresópolis, em entrevista para o Fantástico. Marcelo não teve nenhuma fratura e passa bem.

O número de mortos já passa de 800 e ainda há muito trabalho de resgate, pois são muitas as áreas que estão isoladas, onde só se pode chegar de helicóptero e vítimas soterradas sob uma grande quantidade de terra dos deslizamentos. Segundo a Defesa Civil, até a tarde desta segunda, 24, os números naregião Serrana do Rio eram de 91.852 pessoas afetadas, 12.336 desabrigados e 16. 657 desalojados.

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2 COMENTÁRIOS

  1. As calamidades naturais, isto é, aquelas provocadas por fenômenos e desequilibrio da natureza, como é o caso, ocorrem sem a participação do homem, podendo, contudo, as suas consequencias danosas serem minimizadas, ou até mesmo evitadas, através de determinadas providências.
    O orgão encarregado de adotar essas providências, é justamente a Defesa Civil, que por definição clássica é o “conjunto de medidas que tem por finalidade prevenir e limitar, em tempo de paz ou guerra, os riscos e as perdas a que estão sujeitas as pessoas, seus bens e recursos, em consequencia de acontecimentos adversos de toda e qualquer espécie”.
    Por outro lado, a Defesa Civil encontra-se fundamentada no princípio de que nenhum governo tem capacidade para solucionar sozinho todos os problemas que possam afetar a comunidade. Daí a necessidade de cooperação em todos os níveis, a fim de que sejam resolvidos os diferentes problemas que surgem. E sem dúvida, a falta de um sistema de Defesa Civil organizada e atuante, além da falta de um critério técnico para analisar as informações recebidas (previsão de fortes chuvas na região, por exemplo), agravaram de forma dramática as consequencias do fenômeno.

    CARLOS HUPSEL DE OLIVEIRA
    Salvador, BA

  2. Uma cruz de 10 metros na subida da Serra das Araras (Piraí-RJ), no local conhecido por Ponte Coberta, marca o início de um enorme cemitério construído pela natureza. Lá estão cerca de 1.400 mortos (fora os mais de 300 corpos resgatados) vítimas de soterramento pelo temporal que atingiu a serra em janeiro de 1967. Foi a maior tragédia da história do país, superando o número de mortos da atual tragédia na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, hoje acima de 500.

    No episódio da Serra das Araras, suas encostas praticamente se dissolveram em um diâmetro de 30 quilômetros. Rios de lama desceram a serra levando abaixo ônibus, caminhões e carros. A maioria dos veículos jamais foi encontrada. Uma ponte foi carregada pela avalanche. A Via Dutra ficou interditada por mais de três meses, nos dois sentidos.
    A base do jonalismo é a verdade da notícia!

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