
Foto: Reprodução Tv Globo
Rio de Janeiro – Um incêndio na Zona Sul do Rio, neste fim de semana, destruiu uma área de mata equivalente a quatro estádios do Maracanã. O fogo, que atingiu o Morro dos Cabritos e Parque da Catacumba, foi controlado ainda no domingo, 20, mas, de acordo com informações do Corpo de Bombeiros, na manhã de segunda-feira, 21, ainda existiam pequenos focos isolados para serem combatidos com terra.
Segundo o coronel Pedro Machado, comandante do Corpo de Bombeiros, em entrevista para o G1, durante toda a manhã do domingo, dia 20, dois helicópteros com caçambas de água, retiradas da Lagoa Rodrigo de Freitas, sobrevoaram a região para controlar as chamas. Durante seis horas, foram mais de 50 mil litros de água jogados na mata. A falta de visibilidade e o difícil acesso ao foco das chamas foram duas das dificuldades enfrentadas pelo Corpo de Bombeiros no local, além da área atingida ser de capim e mato, mais suscetíveis aos estragos do fogo.
Conforme informações do R7, nove viaturas e um efetivo de aproximadamente 80 homens trabalharam na operação. De acordo com o comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio, Pedro Machado, carros pipa jogaram água em toda a área do entorno do incêndio para impedir que o fogo se alastrasse. Ainda para o R7, o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros de Copacabana, Gustavo Belchior, informou que o trabalho inicial foi de proteção das edificações e comunidades instaladas naqueles arredores.
O subsecretário de Defesa Civil do Rio, Sérgio Simões, em entrevista ao R7, elogiou o trabalho dos bombeiros e orientou equipes da Defesa Civil a ficarem a postos, caso necessário. A rápida dispersão do fogo, que assustou os moradores, fez com que deixassem as suas casas em barracos e condomínios próximos, com medo das labaredas. De acordo com os bombeiros, não houve feridos.
Causa
Segundo o Coronel Pedro Machado, comandante geral do CBMRJ, para o Globo News, o fogo no Morro dos Cabritos pode ter começado após a queda de um balão, por volta de 22h. Eles se basearam nas informações colhidas com moradores. Devido à baixa umidade do ar e dos ventos fortes o fogo teve uma rápida propagação.
Reflorestamento
O prefeito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, em entrevista ao G1, informou que a mata será reflorestada pela administração municipal pela Secretaria do Meio-ambiente e da Geo-Rio (instituto de geotécnica). “Vamos contratar uma empresa o mais rápido possível, mas ainda não consigo dar prazos nem custos. Leva tempo”, disse ele.
Mesmo sem dados técnicos, o prefeito coloca a culpa nos balões pelo acidente. “Quero mais uma vez chamar a atenção das pessoas para essa brincadeira sem graça que é soltar balões. É crime, as pessoas têm de se conscientizar. Imagine a tragédia que poderia ter acontecido aqui nesta madrugada”, disse ao G1.
Soltar balões
Conforme informações da Coordenadoria de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, os balões quando descem podem provocar incêndio, curto-circuito na rede de energia elétrica e, consequentemente, interrupção no fornecimento. Onde o balão vai cair é sempre imprevisível, pode ser em florestas, residências e indústrias; produzir grandes prejuízos patrimoniais e ameaça ao meio ambiente, oferecer perigo à aviação ou até mesmo colocar a integridade física e a vida das pessoas em risco.
Segundo o presidente da Defesa Civil de Ribeirão Preto, Erick Cunha Junqueira, durante as festas juninas é comum as pessoas confeccionarem balões e soltarem. Porém, o que parece uma brincadeira inofensiva, muitas vezes acaba provocando acidentes graves. “Quando esses objetos caem em locais impróprios, como telhados, terrenos, florestas, indústrias ou até mesmo em vias públicas, pode ocasionar um incêndio, com conseqüências mais graves. Outro risco é com relação à aviação, principalmente as aeronaves de pequeno porte”, conclui.
Crime Ambiental
Soltar balões, fabricá-los, vendê-los ou transportá-los é considerado crime ambiental, de acordo com a lei nº 9.065, de fevereiro de 1.998. A pena prevista é de detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Quando encontrava-me à frente da Associação Brasileira de Bombeiros Voluntários procurei incentivar a campanha contra balões adotando o lema “DEIXE O CÉU PARA AS ESTRELAS”,
o que resultou em grande êxito.
Carlos Hupsel de Oliveira
(Salvador, BA)
Não estou defendendo ninguém, mas não teve nem perícia e já estam dizendo que foi balão, ou seja, acusam sem ter provas?
“Eu estive pesquisando e fico na dúvida, sempre falam que é balão, mas dias depois (quando acontece realmente uma perícia) descobrem que não é.. A questão é: por que não por uma ponta de cigarro, uma fogueira, limpeza de terreno, queima de lixo. (visto que ali tem uma favela; hummm???).
Um exemplo disso foi o incêndio no CEASA, todos disseram que foi balão, e que muitos viram, e que tinham até os restos da cangalha e no final das contas (duas semanas depois) a perícia concluiu que não foi balão.
Aí quando descobrem já é tarde, pois o verdadeiro criminoso já desapareceu então, eu acho que o maior culpado disso é a imprensa que já colocou na cabeça das pessoas que todo incêndio na mata é provocado por balão, isso é um erro, pois acaba tirando o foco da real causa e o bombeiro, que não investiga, põe no seu relatório o que o morador disse: balão!
Se você é bombeiro sabe que eu não estou mentindo, pois moro em de frente para a Serra dos Pretos Forros e vejo todos os anos os moradores incêndiando o mato para fazer a limpeza e depois, quando os bombeiros chegam ,eles dizem que foi balão, e o bombeiro põe na prancheta o que o morador disse e com uma facilidade tremenda ficam na impunidade.
É, esse o é Brasil!!!
Sou o autor da frase “NUNCA SOLTE BALÕES, DEIXE O CÉU PARA AS ESTRELAS” vencedora do concurso da Campanha Educativa Contra Incêndios promovida pela Prefeitura da Cidade de S. Paulo em 1967.