Por G1
Uma amiga da publicitária Juliana Marins, brasileira que caiu durante uma trilha que leva ao cume do vulcão Rinjani, na Indonésia, disse que o gerente do parque nacional explicou que é difícil usar um helicóptero nas atuais condições de resgate da jovem.
Juliana, de 26 anos, espera há quase 50 horas por resgate. Segundo o perfil oficial do Parque Nacional do Monte Rinjani, um drone localizou a jovem, que estava imóvel e a cerca de 500 metros penhasco abaixo, nesta segunda-feira (23).
“Eu perguntei para o gerente do parque sobre a possibilidade do helicóptero. Eles falaram que não é possível [usá-lo] nessas condições, que é muito perigoso. O próprio helicóptero pode causar uma turbulência que pode fazer despencar coisas e causar uma situação ainda pior”, afirmou a amiga de Juliana, Lara Fassarella Pierri.
Lara estava de férias no país quando soube do acidente. Ela foi para Lombok acompanhar as operações de resgate de perto.
Ela disse ainda que os montanhistas vão mudar o acampamento-base de local para tentar chegar mais perto de onde Juliana está.
“Para eles alcançarem essa parte eles precisam de mais espaço de corda, pelo que eles disseram. A corda alcança 450 metros e ela está a uns 500 metros. O plano principal com a equipe de resgate que já estava lá na montanha é descer e fazer uma base lá. Não sei em termos técnicos o que é, mas prender ali essa base e usar a corda para descer até onde ela está”, afirmou Lara.
Ela também reclamou da morosidade das equipes.
“Prepararam a corda e deixaram a corda e todo mundo parou, sentado, conversando. Eu tive que chegar e falar ‘o que tá acontecendo, vocês estão todos com um sorriso no rosto, o que tá acontecendo? É uma emergência, é uma emergência’. Eles explicaram que eles, na verdade, estavam esperando chegar mais uma pessoa para poder subir, o senso de urgência é totalmente diferente, é uma coisa até meio chocante”, completou.
Dois alpinistas experientes se juntaram à equipe que tenta resgatar a brasileira. Segundo a família da jovem, os profissionais “estão indo ao encontro do local do acidente de Juliana”.
“Não temos a informação se eles conseguirão dar continuidade ao resgate durante a noite, mas sabemos que há um bom reforço com equipamentos específicos para acompanhar a equipe que já está no local”, informou o perfil @resgatejulianamarins, criado por parentes e único canal oficial de atualizações.
O Parque Nacional do Monte Rinjani fica na Ilha de Lombok, na Província de Sonda Ocidental, e o fuso horário local está 11 horas à frente de Brasília.
Críticas e informações desencontradas
O acidente ocorreu no sábado (21). Juliana fazia a trilha com um grupo de turistas e um guia local quando, segundo a família, ficou sozinha após dizer que estava cansada. O guia teria seguido viagem sem esperar pela brasileira, que acabou caindo em um desfiladeiro.
A família cobra das autoridades maior agilidade e transparência na operação de resgate.
“O parque segue com a sua atividade normalmente, turistas continuam fazendo a trilha, enquanto Juliana está precisando de socorro! Nós não sabemos o estado de saúde dela! Ela segue sem água, comida e agasalhos! Juliana vai passar mais uma noite sem resgate por negligência!”, escreveu o perfil da família em uma rede social.
Aparentemente é padrão nessa época do ano que o clima se comporte dessa forma, eles têm ciência disso e não agilizam o processo de resgate! Lento, sem planejamento, competência e estrutura!”
O embaixador do Brasil na Indonésia admitiu ter divulgado informações incorretas com base em dados repassados por autoridades locais. “Foi um erro de comunicação inicial”, disse ele em ligação divulgada pelo Fantástico.
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Juliana foi encontrada por turistas
Natural de Niterói (RJ), Juliana é formada em Publicidade e Propaganda pela UFRJ e atua como dançarina de pole dance. Desde fevereiro, ela fazia um mochilão pela Ásia e já havia visitado Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.
A trilha onde ocorreu o acidente é uma das mais procuradas por turistas e apresenta trechos de alto risco, especialmente em épocas com instabilidade climática.
A jovem estava sozinha no momento do acidente e foi localizada por turistas que passaram pela trilha horas depois. Eles usaram um drone para encontrá-la e divulgaram vídeos nas redes sociais, o que ajudou a informação a chegar até a família no Brasil.
“O guia só seguiu viagem para chegar até o cume. A gente só tem essas informações de mídia local. Juliana ficou desesperada porque ninguém mais voltou e caiu. Abandonaram Juliana”, disse Mariana.