Por EPTV
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) confirmou, na tarde desta quarta-feira (25), que resíduos contaminados com amônia, descartados irregularmente, provocaram vazamento de gás tóxico na comunidade Mário Covas, em Ribeirão Preto (SP), no início deste mês.
O caso aconteceu na noite de 6 de outubro, no bairro Adelino Simioni, zona Norte da cidade. Por conta do vazamento da substância, as famílias precisaram deixar as casas e só retornaram no dia seguinte.
“De acordo com os resultados, trata-se de resíduos contaminados com alta concentração de nitrogênio amoniacal ou amônia, uma substância não persistente e não cumulativa que não provoca danos fisiológicos a humanos ou animais, mas se inalada por um tempo determinado pode ser sufocante e de extrema irritação aos olhos, garganta e trato respiratório”, diz nota da Cetesb.
No mesmo comunicado, a companhia disse que informou a Prefeitura de Ribeirão Preto sobre o resultado, para que a administração municipal providencie a remoção e o transporte dos resíduos a um aterro adequado. O material contaminado ainda não foi identificado.
Depois do vazamento, como medida emergencial para que os moradores pudessem voltar aos imóveis, equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e da própria Cetesb fizeram um aterro no local onde o produto foi descartado.
Em nota, a Prefeitura de Ribeirão Preto confirmou o recebimento do laudo e disse que irá analisará o resultado para descartar os resíduos da maneira adequada.
“Importante esclarecer que a cotação para operação só poderia ser iniciada a partir deste laudo emitido pela Cetesb”, complementou.
Moradores preocupados
Cerca de 50 caminhões de terra foram utilizados para aterrar o produto em uma área que foi isolada. Ainda assim, o cheiro forte do local tirou o sossego da população.
“No começo da chuva, começou a querer piorar, porque os bombeiros até disseram pra gente que a água traz mais cheiro, dá reação com a água. A casa já está com ar parado, por mais ventilador que liga, quando desliga sente”, diz a dona de casa Viviane Ângelo.
O servente Vinícius dos Santos também se preocupa, principalmente por conta do filho, de seis meses, que precisou de atendimento médico. “Não dormi a noite inteira, porque não tem como dormir com medo da intoxicação”.
A faxineira Elisabete Ribeiro de Almeida reclama do descaso com a comunidade.
“Não é justo a gente aceitar isso daí dentro da comunidade, independentemente da onde a gente mora, não está prejudicando só a gente, como está prejudicando o meio ambiente, porque isso daí é perto de um córrego”.